O PODER DE REGENERAR ESTRUTURAS COMEÇA NA CONSCIÊNCIA.

A política, como expressão do poder coletivo, deveria ser a arte de cuidar do comum. Mas, em vez disso, tornou-se, em grande parte, uma engenharia de manutenção do privilégio. Perdemos o sentido original da política: a organização da vida em sociedade com base na justiça, na escuta e no bem comum. O que sobra é um simulacro de representação, capturado por interesses privados e distanciado das urgências reais da população. Mas não há vácuo de poder — onde a consciência se ausenta, a manipulação ocupa.

Vivemos uma crise de representatividade, mas também de imaginação política. Continuamos repetindo estruturas obsoletas, enquanto o mundo clama por novos arranjos. A democracia é corroída não só pela corrupção, mas pela apatia. E a apatia não é desinteresse — é exaustão diante de instituições que não respondem. O resultado é a normalização do absurdo: violência institucional, desinformação, cinismo. Um país sem consciência política é um país vulnerável à barbárie.

A REALIDADE EM NÚMEROS